Timor-Leste

Timor-Leste é um pequeno e jovem país que mora no sudeste asiático. Faz fronteira terrestre apenas com a Indónesia (Timor Ocidental), mas está também próximo da Oceania (há apenas um mar a separar Timor dos cangurus). Banhado a norte pelo Pacífico e a sul pelo Índico, repleto de recantos inexplorados e montanhas que impõem respeito, a beleza natural e o potencial deste território são gigantes. 

No século XVI, quando os reinos da Europa expandiram os seus territórios pelo globo, foram os navegadores portugueses que aqui vieram importunar os indígenas. Timor-Leste foi uma colónia portuguesa durante vários séculos, até que aconteceu em Portugal a Revolução dos Cravos e procedeu-se à descolonização dos territórios ultramarinos. Em Timor-Leste inicia-se o processo de auto-determinação, mas este é interrompido pela invasão da Indonésia governada por Suharto, infame ditador. 

Com os militares indonésios vieram também as guerrilhas, a resistência timorense nas montanhas, a destruição de infra-estruturas e os massacres. Foi precisamente um massacre que despertou a atenção do mundo para a crueldade e atrocidades a que estavam a ser sujeitos os timorenses: em 1991, no cemitério de Santa Cruz, em Dili, o repórter de imagem inglês Christopher Wenner recolheu imagens que chocaram o mundo ocidental. A pressão internacional aumentou ao longo dos anos 90. 

Em Portugal recordamos as manifestações junto à Embaixada americana, os momentos de silêncio por Timor, os dias de "Branco por Timor", os meninos a rezar nas escolas primárias pelo povo de Timor... Um fenómeno notável em que toda uma sociedade se solidarizou em conjunto por uma causa valiosa. 

A pressão internacional surtiu efeito: em 1999 veio o referendo e a ONU, em 2001 realizaram-se as primeiras eleições livres e em 2002 foi proclamada a independência oficial de Timor-Leste. 

Hoje Timor-Leste é um país que tem nas mãos o leme para o seu próprio destino e tem também uma realidade desconcertante: os efeitos do desenvolvimento fazem-se sentir, os progressos são visíveis (diz quem conheceu o país no seu momento de nascença), mas a falta de infra-estruturas básicas e a pobreza ainda afectam muito um povo que durante demasiadas décadas (ou demasiados séculos) esteve privado dos bens mais essenciais, da educação e da saúde. As cicatrizes do passado estão resolvidas (ou bem escondidas) pela pressa de abraçar o desenvolvimento. O sofrimento de outrora é disfarçado ou atenuado pelo sorriso rasgado de um povo que é gentil e resiliente. 

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