quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Escala em Bali

Depois de visitarmos a Malásia, um país maioritariamente muçulmano, seguiu-se a ilha de Bali que é maioritariamente hindu. Consta que a partir do século XV DC o islamismo começou a ganhar adeptos por toda a região que hoje constitui a Indonésia, mas Bali permaneceu sempre uma excepção. O hinduismo estava bem enraizado e hoje cerca de 90% dos habitantes da ilha considera-se hindu. Em cada esquina (mesmo em cada esquina!) há um templo ou um altar hindu e a cultura local está impregnada de elementos religiosos.

Bali é uma ilha completamente dedicada ao turismo. A praia e o clima convidam a um turismo de chinelo no dedo, toalha ao ombro e muita descontração. Mas não se pense que os dias em Bali são obrigatoriamente passados no areal! Os nativos souberam aproveitar muito bem todas as potencialidades da ilha para captar turistas: há safaris para ver tigres, tours para ver golfinhos, passeios para ver macacos, filas de espera para ver danças tradicionais, etc. Por um lado, a oferta e a procura são tão intensas que chega a parecer exagerado. Por vezes parece tornar-se uma ilha já descaracterizada, uma ilha que vendeu a alma ao turismo de multidões. No entanto, temos de considerar que a população local está apenas em busca da sua subsistência e fá-lo, regra geral, com inteligência e simpatia.

Num certo sentido, o turismo excessivo, ao invés de ser aquilo que nos impede de aceder à cultura crua de Bali, constitui já a própria cultura de Bali. Talvez possamos dizer que Bali representa muito do que Timor-Leste poderá vir a ser no futuro em termos de turismo. Poderá nunca atingir as estatísticas de Bali (e talvez isso nem seja desejável), mas aprender a usar aspetos da cultura local para cativar turistas e gerar receitas. Assim seja!

Serve todo este preâmbulo para explicar que, apesar de inicialmente termos estranhado Bali, num balanço final acabámos por gostar. Compreendemos porque é que tantas pessoas têm um gostinho especial pela ilha. Em Bali é relativamente barato requisitar um carro com condutor para visitar os pontos de interesse. Então lá fomos nós à descoberta de Bali, enfrentando o seu trânsito intenso e confuso, conduzidos pelo sr. Imade.


Aqui fica a reportagem fotográfica destes dias:

O nosso hotel com arquitetura tradicional e os inevitáveis elementos hindús

Orquestra que acompanha a dança tradicional Barong: uma dança em que é recriada uma história da mitologia balinesa.



Os servos da floresta tiram a própria vida perante a observação do Barong, o monstro com aspeto de leão que dá nome à dança.

Visita a um templo hindú. Tivemos de nos ensaiar (ato de vestir uma saia). 

A Débora tentou arrancar umas melodias do xilofone balinês.

O Monte Batur (vulcão ainda ativo) e o lago Batur, vistos da varanda do restaurante em Kintamani onde o sr. Imade nos levou a almoçar.

Café de Bali

Cacau que dá chocolate branco.

Ora bem, consta que este café é o mais caro do mundo porque o processo pelo qual passa lhe confere um sabor de extrema distinção. O processo é bizarro: há um animalzinho chamado luwak (google it) que come os grãos de café, arranca e digere a casca e defeca os grãos fermentados pelas enzimas que o seu aparelho digestivo produz. São esses grãos já defecados que podem ver na imagem... 

Prova de chás e café.

Os terraços de arroz: plantação de arroz em socalcos 

Família de macacos.

Macaco muito mal comportado. 

Macaco em pose. 

Pôr do Sol em Uluwatu. Neste cenário assistimos a mais uma dança tradicional, o Ketac. 

O Ketac é também conhecido por txaka-txaka devido ao som ritmado que os dançarinos fazem repetidamente ao longo de toda a dança.





O Ketac acaba com uma tentativa mal sucedida de lançar o monstro na fogueira.

Jantar romântico em Jimbaran. Especialidade: peixe grelhado (com tempero picante, claro!)

Que biulência, man!!

Para primeira vez não está mal, hein? Aquele miúdo nativo, nascido em cima de uma prancha de surf, é que deu as dicas.



E assim, com mais um belo pôr de sol e um cocktail refrescante, colocámos um ponto final numas férias fantásticas!